Entre quatro paredes!

Na caixa em que vivo,
A música é minha companheira,
Relaxa meus ouvidos,
E retira do meu coração a poeira,
Meu espaço é pequeno,
Não é de luxo, mas é único,
Alguns objetos e minha viola,
Que sempre retiro do chão úmido,
Pois as vezes quando choro,
Inundo todo o tapete,
Perdendo-me em meus rascunhos,
Alguns parecidos com este,
Recordo do que já vivi ali,
Das tardes que passei sobre a cama,
Concentrada em meus livros,
Com histórias de amores e drama,
Na minha caixa,
Também tenho visão para o mundo,
Sou visitada todos os dias,
Pelo pássaro e o carteiro mudo,
A sombra é minha amiga,
Os abraços imaginários são um exemplo,
De algum de meus sonhos,
Em noites em que a lua, contemplo,
Caso um dia eu saia da caixa,
Primeira coisa que vou fazer,
Será tomar um sorvete,
Com amigos que sempre quis ter.